sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O que se aproveita do atual cenário do futebol brasileiro

Com a vitória de ontem do Santos contra o Bahia na Vila (1x0 gol de Damião), pela segunda vez consecutiva no Brasileirão a rodada foi paulista, pois Corinthians, São Paulo e Palmeiras também venceram seus duelos na quarta-feira. Esta circunstância, raríssima na atual edição, deixou o Palmeiras um pouco distante da zona da degola, e os outros 3 times na luta pelas vagas na Libertadores, inclusive o Peixe que, agora com 42 pontos, ao que parece, tomou o posto do Fluminense no grupo de cima da tabela. Vale dizer que Santos e Corinthians pela Copa do Brasil, e o São Paulo pela Sul-Americana, ainda possuem chances de classificação à Libertadores por meios destes torneios.

Voltando ao modorrento Brasileirão, tem-se que a luta pelas vagas na Libertadores, assim como pela briga para se evitar o rebaixamento, tornaram-se mais emocionantes do que a disputa pelo próprio caneco, este já praticamente conquistado pelo líder Cruzeiro (e não é de hoje) que, no segundo turno, não repete a bela campanha realizada no primeiro. Porém, a exemplo do Corinthians/2011, a gordura conquistada pelos mineiros na primeira metade do certame garante tranquilidade suficiente para a equipe não se abalar, mesmo com as recentes derrotas.

Desde que o Brasileirão passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, a disputa pela vaga na
Libertadores ganhou destaque, muitas vezes passando a ser mais importante do que o título, o que particularmente não aprecio. O desinteresse do torcedor com o campeonato quase decidido é outra nefasta consequência deste sistema, pois a maioria dos jogos apresentam público fraco. Sinceramente, até pelo histórico do nosso futebol, creio que o "mata-mata" deveria ser retomado, pois aumentaria a emoção até o final do ano, com clássicos eliminatórios que fariam novamente encher os estádios, alguns deles renovadíssimos em virtude da realização da Copa do Mundo.

Por fim, vejo muitos criticarem o nível técnico do campeonato (assim como do futebol brasileiro como um todo), muitas vezes com razão, mas gostaria de apontar o que penso ser um avanço no nosso esporte timoneiro. De uns tempos pra cá, o Brasil passou a produzir bons goleiros, zagueiros e volantes, sejam aqueles mais adeptos à marcação, sejam aqueles que possuem boa saída de jogo, e que muitas vezes auxiliam na boa dinâmica da equipe. Jeferson, Fernando Prass, Rafael, Cássio, Fábio, Victor, Miranda, David Luiz, Thiago Silva, Gil, Fernandinho, Elias, Renato Augusto, Petros, Arouca, Luiz Gustavo, Maicon, Dedé, Ricardo Goulart, dentre outros, são exemplos destes atletas bons e funcionais.

Por outro lado, na contramão deste avanço, há o retrocesso quanto a meia-armadores e atacantes, valendo frisar que, no atual Brasileirão, os melhores nestas posições são gringos, sendo eles: Guerrero, Barcos e Moreno no ataque; D'Alessandro, Conca e Valdivia na armação (exceção a Ganso, que, quando quer, é imbatível na assistência). A culpa disto, ao que parece, é o medo dos orientadores das categorias de base que, receosos com uma demissão, desde a molecada, mais se preocupam em não perder do que garimpar novas joias. Esta triste filosofia tem de acabar.

Abraços.

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