Taça Libertadores x Liga dos Campeões da Europa

Bom dia amigos, hoje falarei de assunto polêmico, acerca da eterna discussão de qual o melhor e mais competitivo torneio continental existente no mundo da bola, polarizando a disputa entre os dois principais centros boleiros do mundo, ou seja, América do Sul e Europa. Portanto, a comparação será restringida a Taça Libertadores da América e a Liga dos Campeões da Europa.

i) Organização dos Torneios: Neste quesito, chancelando a opinião de todos os críticos do futebol sul-americano (ao meu ver, com exagero), pois a Liga dos Campeões é bem melhor organizada do que a Libertadores, seja pela questão da prévia venda de ingressos, seja pelas características que envolvem a chegada do torcedor no entorno do estádio, no dia dos jogos, destacando-se a variedade de transporte público próximo aos estádios, policiamento efetivo e repressivo, revista organizada na porta do estádio, acentos efetivamente demarcados com respeito do torcedor, enfim, inúmeros benefícios inexistentes na maioria dos estádios sul-americanos, infelizmente.

ii) Nível das equipes: Os times europeus, principalmente as equipes grandes, possuem elencos mais fortes, fruto da melhor capacidade financeira dos europeus ao longo do tempo, circunstância mitigada pela última crise financeira, mas que mesmo assim não serviu para equilibrar a superioridade financeira dos europeus. Vale frisar que os europeus, endinheirados, buscam muitos craques produzidos na América do Sul, destacando-se os celeiros brasileiro e argentino, pois nossa matéria prima é melhor do que a européia, e isto, pelo menos até hoje, não foi alterado pelo dinheiro. Dificilmente se verá um campeão da Libertadores com jogadores de vários países, como também será difícil ver um campeão europeu com jogadores exclusivos do país de origem da equipe campeã, sendo que este fator deve ser considerado na comparação, computando pontos pro lado sul-americano.

iii) Gigantes continentais: ao longo da história do mundo da bola, gigantes europeus se destacaram e se perpetuaram como times grandes, contando com torcedores ao redor do planeta. Pode-se elencar a armada européia com os seguintes times: Real Madrid, Barcelona, Inter Milão, Milan, Manchester United, Liverpool, Chelsea, Porto, Benfica, Bayern, Borussia, Juventus, etc... O mesmo pode se dizer da América do Sul, que também reúne grandes times, dentre eles: São Paulo, Boca Jrs, Penarol, Nacional, Corinthians, River Plate, Estudiantes de la Plata, Olimpia, Velez Sarsfield, Palmeiras, Santos, Flamengo, Grêmio, Internacional, dentre outros. Ou seja, neste quesito, a disputa é acirrada, refletindo no equilíbrio dos campeões mundiais de clubes, onde os europeus venceram 25 vezes, contra 24 dos sul-americanos.

iv) Dificuldade da competição: a despeito da qualidade incomparável dos principais times europeus, creio que as dificuldades para a conquista da Libertadores e da Champions se equivalem, haja vista condições exclusivas do continente local, tais como longas viagens, altitude, estádios acanhados e com má qualidade, etc... algumas destas dificuldades evidenciam a precariedade da organização da Conmebol, entretanto,  dão um gostinho especial ao campeão, que pode decantar sua conquista após vencer agruras extra-campo.

v) Arbitragem e violência das torcidas: tanto na Libertadores, quanto na Liga dos Campeões, a arbitragem é sofrível, sendo que um bom exemplo disso foram os diversos erros constatados na classificação do Borussia, semana passada, contra o Málaga pelas quartas de final. Na Libertadores, outrossim, os exemplos saltam aos olhos. A violência entre as torcidas também se equivale em ambos os continentes, com uma única diferença: na Europa, a repressão e a punição são mais fortes e efetivas, rigidez esta que deveria ser copiada  na América do Sul.

Enfim, apesar da inquestionável qualidade dos gramados europeus e organização quase que impecável  da Liga dos Campeões, creio que a conquista da Libertadores possui o mesmo peso, e deve ser comemorada de forma efusiva pelos torcedores campeões, a exemplo do que ocorreu com o Corinthians na edição do ano passado.

Abraços a todos!