segunda-feira, 9 de março de 2015

O peso que o São Paulo carrega nas costas

De 1998 até hoje, com exceção do período de 2004 a 2008, o São Paulo habitualmente perde os clássicos contra o Corinthians, inclusive dentro do Morumbi, onde agora, com o resultado de ontem, já são 13 jogos (8 anos) de invencibilidade alvinegra dentro da casa do rival. No período supracitado, o Corinthians eliminou o São Paulo do Brasileirão e Paulistão/99, Copa do Brasil/2002, além de ter vencido a Liga Rio-SP e a Recopa Sul-Americana em cima do rival, respectivamente em 2002 e 2013.

Ontem, é bem verdade, os comandados de Muricy jogaram melhor do que na estréia da Libertadores, onde igualmente o Tricolor perdeu o Majestoso. O São Paulo teve mais posse de bola e, contando com a injusta expulsão de Gil, pressionou o Corinthians durante quase todo o segundo tempo, porém, mais uma vez, faltaram lances agudos. Centurion foi o melhor tricolor em campo, a despeito de errar finalizações e se precipitar na conclusão de algumas jogadas criadas pela ponta. Fagner teve muita dificuldade em conter o argentino que, consequentemente, forçava o rival a não apoiar.

O problema são-paulino mais uma vez foi constatado na criação de jogadas pelo meio-campo, onde Ganso esteve apagado, restringindo-se a zombar da arbitragem com reclamações ostensivas no intuito de incitar o torcedor das arquibancadas (público baixíssimo, diga-se de passagem). O meia correu sério risco de expulsão. Luis Fabiano foi outro apagado em campo, sempre impedido, o que evidencia que seu habitual nervosismo atrapalha sua concentração. Michel Bastos, o melhor atleta são-paulino da atualidade, ontem, não foi bem, contribuindo para o marasmo criativo da equipe.

A arbitragem, cujos bandeiras foram  perfeitos nos lances de impedimento, falhou brutalmente ao marcar a penalidade que culminou com a injusta expulsão de Gil. O zagueiro nitidamente tentou proteger o rosto duma iminente bolada a ser causada pelo chute a queima roupa de Michel Bastos, sendo que seu braço, no momento em que a bola o toca, estava colado ao corpo. O erro, todavia, é fruto da confusão que hoje norteia os lances de mão na bola (ou vice-versa), onde no país vigora entendimento de se privilegiar a marcação de falta.

Desnecessário falar do corintiano Danilo e seu costumeiro poder de decisão em clássicos, principalmente contra o ex-clube. O meia é um dos grandes jogadores da história do Corinthians, ainda em atividade pelo clube, sendo um prazer para o corintiano vê-lo atuar.

Por fim, considerando-se a epígrafe de hoje, tem-se que o principal problema tricolor nos Majestosos é o peso que o time carrega pela bagagem de derrotas recentes ante o rival, conforme exemplificado no primeiro parágrafo. A cobrança da penalidade perdida por Rogério ontem é um exemplo disso. Raramente o São Paulo consegue marcar o primeiro gol contra o Timão, tendo sempre que correr atrás do resultado, o que aumenta a pressão. Na última rodada da fase de grupos da Libertadores ocorrerá outro clássico, onde, pelo andar da carruagem, o Tricolor precisará vencer o rival para se classificar às oitavas. O peso são-paulino pro próximo duelo poderá ser impossível de ser suportado, culminando com uma eliminação incomum tricolor numa primeira fase de Libertadores.

Abraços

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