A crise no San-São!

Bom dia a todos, seguem meus tópicos acerca da crise que acomete dois dos maiores clubes do Brasil e do mundo, sendo eles São Paulo e Santos:

i) No Santos, como todos comentaram, foi vexatória a derrota para o Barcelona por 8x0, num amistoso em solo catalão realizado na última sexta-feira, não só pelo elástico e incomum placar, como também e, principalmente, pela patente inapetência da equipe na partida, que em raríssimas oportunidades conseguiu ultrapassar o meio campo. Em duas partidas contra o Barcelona (Mundial de Clubes/2011 e recente amistoso), o Santos perdeu por placar agregado de 12x0, o que é indecente, ainda mais se considerarmos a história peixeira, tricampeão continental e bicampeão do mundo, e dono do melhor time de futebol de todos os tempos na era Pelé.

ii) Não é exagero dizer que toda a fama santista obtida nos tempos áureos (porém, remotos), caiu por terra com esta derrota, pois, além da memória curta dos torcedores em geral, fica a impressão de que o Santos foi grande somente na época de Pelé, o que sabidamente não é verdade. O Santos de hoje é muito inferior ao Barcelona, isso é óbvio, mas tal fato nem de longe justifica as duas últimas goleadas sofridas pelo Peixe nestes duelos, valendo frisar que a culpa não é da juventude da equipe, pois, na sexta, jogaram Arouca, Aranha, Durval, Edu Dracena, Leo, Montillo, ou seja, todos jogadores experientes e experimentados, que pareciam amadores contra o Barça;

iii) Não sei se a acachapante goleada refletirá no Santos dentro do Nacional/2013, porém, uma coisa é certa: a equipe precisa de reforços, já que com esse elenco brigará no máximo por Sul-Americana. Não creio, no entanto, em risco de descenso.

iv) O São Paulo jogará amanhã de manhã seu último amistoso dessa polêmica excursão ao exterior, contra o japonês Kashima Antlers, em solo nipônico, em jogo que o tricolor é favorito, apesar da fase turbulenta. A última polêmica ficou por conta da bombástica entrevista concedida pelo antigo treinador Ney Franco, ao jornal "O Globo", onde ele alega que Rogério Ceni, transcendendo sua função de jogador, influencia dentro da equipe e dos bastidores, além de que o meia Ganso enfrenta processo de "fritura" dentro do elenco.

v) Vendo de fora, ao que parece, Ney Franco não mentiu em seu depoimento, pois Rogério Ceni transparece ter muita influência dentro do clube, circunstância que irradia até pro lado político, pois o articulado goleiro, na iminência de se aposentar, já demonstrou vontade em trabalhar na dirigência tricolor. Como é ídolo, Rogério representa inigualável cabo eleitoral, ou mesmo candidato promissor à presidência são-paulina, porém, o problema é que Ceni ainda joga, e esta influência torna-se nefasta quando o atleta se intromete em contratações e escalação da equipe, deturpando a hierarquia do clube, o que sabidamente não é salutar.

vi) me parece óbvio que a crise são-paulina (pra muitos, a maior da história do clube) não se restringe ao Rogério Ceni, haja vista que o indiscutível pivô é Juvenal Juvêncio, presidente, timoneiro, prepotente, ditador e ultrapassado. Corinthians (era Dualib), Palmeiras (era Mustafá) e Santos (era Teixeira) já deram claros exemplos acerca dos malefícios do continuísmo no futebol, não havendo justificativa para que "JJ" se perpetue no cargo, ainda mais porque o São Paulo, nos últimos 4 anos, não venceu nenhum título de expressão. O discurso apócrifo do Juvenal na apresentação do atual técnico Paulo Autuori beirou o ridículo, e nada teve de folclórico, sendo igualmente lamentável e preocupante o bate-boca ocorrido no último domingo, durante o programa televisivo "Mesa Redonda", entre o oposicionista Marco Aurélio Cunha, e o aliado do Juvenal, Julio Casares, diretor de comunicação, fatos estes que evidenciam que a ebulição são-paulina está longe de terminar.

vii) por fim, caso se confirme que as declarações de Ney Franco são verdadeiras, e caso estas mazelas não sejam imediatamente sanadas, creio, o São Paulo correrá risco de queda pra segundona, e certamente não lutará sequer por vaga na Sul-Americana/2014. A alegada "fritura" a Ganso é extremamente preocupante, relembrando um suposto boicote sofrido pelo ex-meia Ricardinho, no próprio São Paulo, quando contratado pelo tricolor em 2002.

Abraços a todos!