terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Tapetão funciona de novo...e de novo para o Fluminense!

Boa tarde amigos, lamentavelmente, o chamado "tapetão" voltou a agir num Brasileirão, e mais uma vez o beneficiado foi o time do Fluminense.

Digo isso, pois, em 2010, esse mesmo Fluminense incorreu no mesmo equívoco que a Portuguesa cometeu agora, qual seja, escalar pruma partida jogador suspenso, porém, ao contrário do que ocorreu com a Lusa, o Fluminense sequer foi denunciado na época. Neste ano de 2010, vale lembrar, o Fluminense sagrou-se campeão nacional, e, caso tivesse perdido pontos (como ontem ocorreu com a Lusa), o Tricolor teria perdido o título, circunstância, convenhamos, tão trágica quanto a que agora acometeu a Portuguesa.

Em 1999, o Fluminense, após uma série de malogros, foi campeão da Série C do Brasileirão, pelo que, seguindo-se a regra óbvia e vigente, deveria jogar no ano seguinte a Série B. Entretanto, após a Copa João Havelange em 2000 (torneio elaborado pelos clubes, em virtude de impossibilidade jurídica da CBF na época), o Fluminense foi nebulosamente alçado à Série A, pulando a Série B, circunstância no mínimo inusitada. Aliás, haja eufemismo para lidar com este assunto.

Voltando ao problema atual decidido ontem pela Comissão Disciplinar do STJD, que culminou com a queda da Lusa e a salvação do Flu, apesar de não ter provas de nada, pessoalmente, acho a situação estranha demais, valendo suscitar as seguintes considerações:

i) desde o malogro na penúltima, me parece claro que o Fluminense iniciou uma verdadeira busca de "pelo em ovo", chafurdando-se nas normas do regulamento, a fim de buscar alguma brecha, ou eventuais falhas dos rivais nos bastidores, mais precisamente naqueles times que, igualmente ao Flu, lutavam para não cair. Jogar bola que é bom, o Flu deixou de fazer o campeonato inteiro;

ii) todo mundo que acompanha futebol há um bom tempo, sabia que Lusa e Grêmio empatariam na última rodada, pois tal resultado chancelaria matematicamente os gaúchos como vice-campeões, e a Lusa livre da degola. Este provável empate (escancarado, na verdade) certamente poderia ter sido levado em conta por qualquer um que, adredemente, pretende-se prejudicar a Lusa, favorecendo um dos grandes que estavam na iminência de cair.

iii) Estranha demais a história envolvendo o advogado carioca que, há anos, atua pela Lusa em questões corriqueiras junto ao STJD. A princípio, de acordo com o que disse o mandatário da Lusa, o Dr. Sestário havia lhe confessado ter se esquecido de transmitir ao clube o resultado do julgamento do Heverton. Depois, o Dr. Sestário alega com veemência que passou a informação à Portuguesa corretamente, tendo como destinatário o Sr. Valdir Rocha (departamento jurídico da Lusa) que, por sua vez, nega ter recebido esta ligação. De qualquer forma, a Lusa responde por quem contratou para defendê-la, restando-lhe, caso se confirme alguma culpa ou dolo do referido patrono, ação judicial de perdas e danos contra ele.

iv) É bem verdade que a diretoria lusitana falhou feio no trato deste caso. Foi, no mínimo, negligente. Porém, é indiscutível e incontroverso que a escalação do Heverton não beneficiou o clube (direta ou indiretamente), tampouco prejudicou o Fluminense que, dentro do campo, jamais apresentou futebol capaz de evitar o descenso. Isso, na minha opinião, é o principal, e deveria, pois, prevalecer no julgamento de ontem no STJD, ainda mais se levarmos em consideração o idêntico precedente ocorrido com o mesmo Fluminense em 2010, que, repita-se, sequer foi denunciado na ocasião.

v) Com efeito, pessoal, não houve nem de longe má-fé da Lusa ao escalar o inexpressivo Heverton, cuja fama, jogando bola, jamais atingiu o patamar atual gerado por esta triste polêmica. Ontem, dois pesos e duas medidas foram escancarados pelo resultado do julgamento do STJD que, ao julgar o caso baseado estritamente na letra fria da norma (o que, diga-se de passagem, não é incorreto), apenou de forma brutal e exagerada a pobre Portuguesa de Desportos. Invertendo-se as posições de Flu e Lusa no caso em tela, vale a pergunta: teriam a CBF, responsável pela denúncia, e o STJD, responsável pelo julgamento, agido da mesma forma, ou com o mesmo rigor?

Enfim, meus amigos, triste e melancólico o final deste certame que, na minha opinião, ficará eternamente marcado por dois lamentáveis episódios: a) briga entre torcidas; b) retorno do famigerado "tapetão".

Abraços a todos!




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